sábado, 5 de fevereiro de 2011

Pra quê fingir que não aconteceu? Pra quê me ignorar desse jeito? A minha vontade é de te encurralar na parede, segurar teus pulsos, apertar tua mão. A minha vontade é de  sussurrar nos teus ouvidos o que você sussurrava nos meus. Será que dessa forma você vai sentir as mesmas coisas que você me fez sentir? E se por acaso eu te tratar com descaso? Será que ficaremos iguais, e você será mais um nessa vida que está por aí tentando matar o amor na bebida? Que tal sentir um pouco desse sentimento pesado e cheio de farpas que mora no meu peito? Eu quero te segurar, te empurrar na parede, pra te machucar e ao mesmo tempo te fazer sentir aqueles tempos. Sabe aquela sintonia?Aquela sintonia, da minha boca tocando a sua se transformava em música, música que me persegue até hoje, a cada passo que dou. Essa música está es todas as estações de rádio, uma música que só eu consigo ouvir e sentir, até mesmo quando tudo está em silêncio. Aquele vento, aquele frio que eu sentia naquelas noites, caia por terra quando aquela coisa que posso até chamar de explosão, acontecia. E quando eu olhava em volta, o inferno estava na terra, as árvores estavam em chamas, as montanhas, a sua moto. Eu e você. Estávamos pegando fogo no meio disso tudo, o epicentro do vulcão. Aquele cheiro, a textura da pele, os sorrisos depois dos beijos, as frases que até hoje não consigo me esquecer… Coisas mais viciantes que Crack e Heroína juntos.. Um vício que eu desejo pra Deus e o mundo, um prazer que nem os cientistas, poetas, e astrólogos conseguem explicar. Um vício que eu quero que tome conta de mim até arrancar a minha vitalidade,  um vício que eu quero que não me abandone nem na clínica de reabilitação. Esse vício, essas coisas que grudaram em cada canto do meu corpo, são coisas que não tem, nem na profunda análise do meu pensamento , explicação. O que eu queria mesmo é por um instante, mesmo sendo impossível,parar de querer sentir, parar de relembrar isso tudo. Só pra poder sair espalhando pra todo mundo, sair espalhando aquela magia que você deixou dentro de mim. Sair pincelando pelas paredes da cidade aquelas nossas cenas que pareciam terem sido ensaiadas. Coisas que eu quero que todo mundo sinta, que todo mundo saiba. Coisas que ninguém sabe, só a lua e as estrelas, que protagonizavam aquelas cenas, as nossas cenas. A nossa sintonia. A nossa música. O nosso espetáculo. Pra quê mentir? Se quando algo pega fogo, deixa cicatrizes… Você não se lembra mesmo de mim?Eu tenho vontade de berrar essas coisas nos teus ouvidos até teus tímpanos sangrarem, eu tenho vontade de segurar o teu pulso pra sempre até o sangue parar de circular, só pra te fazer sentir novamente.

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